domingo, fevereiro 27, 2005

Aministia Internacional


O fundador da Amnistia Internacional, Peter Benenson, morreu ontem à noite, aos 83 anos.
Numa entrevista, Peter Beneson contou a história que deu origem à criação da Aministia Internacional: "I was spurred into that by reading an article about how two Portuguese students had been arrested and sentenced to imprisonment for drinking a toast to liberty in a Lisbon restaurant. That so enraged me at the time that I walked up the steps of St Martins-In-The-Fields church, out of the underground, and went in to see what could really be done effectively to mobilize world opinion.
I became aware that lawyers themselves were not able sufficiently to influence the course of justice in undemocratic countries. It was necessary to think of a larger group which harnessed the enthusiasm of people all over the world who were anxious to see a wider respect for human rights.
"Once the concentration camps and the hell-holes of the world were in darkness. Now they are lit by the light of the Amnesty candle; the candle in barbed wire. When I first lit the Amnesty candle, I had in mind the old Chinese proverb: 'Better light a candle than curse the darkness
.'"

Foi este episódio passado em Portugal em 1961, que determinou a fundação da Aministia Internacional. Porém, foi em 1960 que começou a sentir a necessidade de criar uma organização deste tipo, o ano da comemoração do Ano Mundial do Refugiado, a primeira iniciativa no género.
A morte do fundador da Amnistia Internacional, Peter Benenson, significou o desaparecimento de um símbolo e um homem que se diferenciou na luta pelos direitos humanos e pela preocupação com o indivíduo
.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Social 03

Portugal é dos estados membros que menos investe em inovação. Em 2003 investiu apenas 0.79 % do PIB, claramente afastado dos objectivos definidos na Estratégia de Lisboa, que apontavam 3% até 2010.

Fé 01

Foto de Adolfo Dias
O estado de saúde do Papa João Paulo II está cada vez mais debilitado. A traqueotomia realizada de urgência é um sinal evidente de que a igreja terá que pensar na sucessão.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Relax 01


Uma pausa para música. Relaxar ao som de Keith Jarrett ou, noutra linha, com os deliciosos diálogos entre piano e voz com a Maria João e o Mário Laginha.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Coincidências 01


Finalmente apareceu a chuva. A seca extrema que se fazia sentir no país começa a ser amenizada. Um momento importante de viragem. Andaria também S. Pedro contrariado com o outro Pedro ou são influências da Universidade lusófona?

Politik 09

Foto de Adolfo Dias

Santana Lopes precisou de 48 horas para perceber o inevitável e declarar que abandona a liderança do PSD. Os dias vindouros serão marcados pelo aparecimento de candidatos.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Anseios 03

Sócrates e o PS navegam nesta onda que varreu o País de norte a sul. Todos sabemos que nestes momentos existem sempre outros surfistas, especialmente os de areia, que se pretendem colar e procurar um lugar ao sol. Espero que Sócrates saiba resistir às pressões do aparelho.

domingo, fevereiro 20, 2005

Anseios 02


Hoje é dia de eleições. A mobilização parece ser elevada. Só falta mesmo a chuva para o dia ser perfeito para os interesses do país.

sábado, fevereiro 19, 2005

Politik 08


O artigo de opinião de Medina Carreira não podia ser mais esclarecedor sobre a situação do país. Parece não haver quaisquer dúvidas que a cadeira do poder vai ser ocupada por Sócrates. Resta saber se, no final, não se desmorona tudo de vez.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Politik 07

Na derradeira fase da campanha eleitoral, passava na rádio, num tempo de antena do Partido da Nova Democracia, um slogan lapidar: "em nome da modernidade, vota Nova Democracia". O slogan ideal de um partido sem passado, e sem futuro.


Social 02


Toda a sua vida tinha sido passada no recato da sua humilde casa, situada numa bela aldeia serrana, verdejante e arejada diariamente pela suave e perfumada brisa da montanha. Estava perfeitamente habituada ao rigor da meteorologia. A frequente geada matinal não a impedia de tratar religiosamente a sua horta. Pelo contrário, nessas manhãs redobrava esforços e desdobrava-se em carinhos no cuidado das suas plantas. Sentia a morte de uma planta como uma perda intíma de tal forma que no ano em que uma laranjeira secou, adoeceu a ponto de precisar de cuidados médicos.

Os sinais de modernidade que mensalmente chegavam a sua casa por via da visita dos seus filhos e netos, apavoravam-na. A importância que electrodomésticos comuns assumiam no quotidiano da maioria das pessoas era para ela uma ameaça, sentia-se dispensável e pior, sentia que tudo o que tinha aprendido à custa de trabalho e dedicação, de repente, à distância de um botão, deixara de fazer sentido, como um prenúncio de morte. Rendeu-se à máquina de lavar roupa após uma autêntica batalha com os filhos e netos, e apenas quando as artroses a venceram. A centrifugação era um autêntico tormento, as suas roupas concerteza que estranhavam aquele tratamento de choque e prefeririam o toque suave mas firme das suas mãos. E as sabonárias, que saudades tinha ela de preparar meticulosamente aquela calda perfumada.

Aquele dia, da aceitação de uma máquina na sua casa, foi o início do fim. Ela sabia-o. Daí até ter que partir para a grande cidade para casa de um dos seus filhos foi um passo, um passo que a atormentou, porque sabia ser o último.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Social 01

Foto de Luís Olival

Depois de se percorrer uns bons quilómetros pelo interior de Portugal cresce um sentimento de apreensão. Assaltou-me a ideia de que o país corre o risco de se fracturar longitudinalmente e entrar em deriva pelo Atlântico.
Não, não li recentemente a jangada de pedra. Tem tudo a ver com forças: o centro de massa deste país desloca-se perigosamente para os lados da praia, provocando uma tensão crescente e no limiar da suportabilidade na placa que se situa à esquerda da linha que une Setúbal a Viana.
O sonho que move esta debanda geral em busca da terra prometida desfaz-se cruelmente no crú pulsar das urbes.
Até quando, até à fractura final?

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

do outro mundo 01


Foto de António Matias

UMA ESTRELA EM FORMA DE OVO
Durante muitos anos os cientistas tiveram como assente que a estrela Regulus apresentava um movimento de rotação bastante mais rápido que o do nosso Sol. Observações recentes dotadas de um grau de precisão espacial bastante elevado revelaram que esta possui uma forma alongada, semelhante à de um ovo. Esta estrela massiva tem uma massa que corresponde a 5 vezes a massa do Sol e ainda assim completa uma rotação em 15,9 horas (o Sol leva cerca de um mês). A extrema velocidade de rotação das camadas gasosas faz com que a estrela apresente um bojo equatorial, com o diâmetro equatorial maior que o diâmetro polar. A velocidade de rotação no equador é, na realidade, 86% da velocidade limite para a qual o gás da estrela se dissiparia. Era um dado adquirido que Regulus, a estrela mais brilhante da constelação do Leão, rodava muito mais depressa que o Sol.
O Sol, por exemplo, completa uma volta em torno do seu eixo em cerca de 24 dias, o que faz com que a sua velocidade no equador seja de cerca de 7200 km/h. A velocidade de rotação equatorial para Regulus é de cerca de 1 milhão de km/h sendo o seu diâmetro 5 vezes o diâmetro do Sol. A estrela é também alongada no equador.
Veja um esquema da estrela Regulus em: http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/regulus.jpg
A força centrífuga de Regulus faz com que expanda de tal modo que o seu diâmetro equatorial é 1/3 maior que o diâmetro polar. Na realidade, se a estrela rodasse cerca de 10% mais depressa, a força centrífuga exercida as camadas de gás superaria a força da gravidade e a estrela dispersaria o seu gás. Devido à sua forma distorcida Regulus apresenta o fenómeno conhecido como "gravity darkening" (obscurecimento por acção da gravidade) em que a estrela se apresenta mais brilhante nos pólos que no equador. Oobscurecimento ocorre por a estrela ser mais fria no equador que nos pólos. O alongamento de Regulus diminui o efeito da gravidade no equador o que faz com que a temperatura decresça, sendo de 15 100 ºC nos pólos e apenas 10 000 ºC no equador. A diferença de temperatura faz com que a estrela seja cerca de 5 vezes mais brilhante nos pólos que no equador. A superfície de Regulus é tão quente que a estrela é cerca de 350 vezes mais luminosa que o Sol. Os investigadores descobriram outra peculiaridade quando determinaram a orientação do eixo de rotação da estrela.
A formação CHARA, localizada no topo do Monte Wilson, no sul da Califórnia, está entre um punhado de "super" instrumentos a nível mundial compostos por multiplos telescópios ligados opticamente para funcionar como um único telescópio de enormes dimensões. A formação é constituída por seis telescópios, cada um com um espelho de 1 metro. Os telescópios estão dispostos formando um Y, com os telescópios mais afastados localizados a cerca de 200 metros do centro da formação. A combinação precisa da luz colectada nos telescópios individuais permite que a formação funcione como um único telescópio com um espelho de 330 m de diâmetro. O CHARA consegue discernir detalhes com um distanciamento angular de 0,0005 segundos de arco (1/3600 de um grau), ou seja o tamanho de uma criança na superfície da Lua.

Fonte: Astronovas

Politik 06


Foto de Francisco Lopes

Morreu a última testemunha da aparição. Aquela a quem Fátima deve o seu lugar no mapa do mundo. A morte de uma vidente é motivo bastante para que a campanha eleitoral seja suspensa. Sinal de respeito dizem eles. Sinal de puro e descarado oportunismo político, sobretudo do PS e PSD que se dizem partidos republicanos e laicos.
Esta campanha anda um autêntico vazio de ideias, assim, suspensa, ficou totalmente esclarecedora.

Anseios 01

Foto de Francisco Lopes

Apetece-me férias. Por os pés de molho até não haver necessidade de cortar as unhas dos pés.

domingo, fevereiro 13, 2005

Politik 05

Foto de Francisco Máximo

A situação política actual: a direita parece de saída enquanto o centro e a esquerda chegaram para ficar.

Politik 04

Quando a dúvida e a desconfiança tomam conta do espírito, afirme-se, em contra-corrente, o que se quer cantar.

Politik 03

No final de um qualquer comício, após o grito em uníssono e acrítico de palavras de ordem que intercalam chavões banais e incontestáveis, previamente cozinhados pelos staffs políticos, o povo faz a festa convencido que as suas palavras de ordem fizeram a diferença.

Politik 02

Olha-se à volta e sente-se cada vez mais que nesta campanha não há alegria nem verdadeiras motivações que catalizem a nação. Percebe-se que o que está em causa não é escolher em quem se acredita e confia mas, bem pelo contrário, a escolha é pela negativa: Quem se sabe que não se quer.

Politik 01


O Arranque da campanha eleitoral em Castelo Branco

A "Ana" era uma menina diferente. Teria poucos amigos e poucas oportunidades para conviver com outras pessoas, pois o isolamento da aldeia onde residia condenava-a a passar o tempo ainda mais fechada em si própria. Hoje era um dia especial. Tinha vindo à cidade num grande autocarro com toda a gente da sua aldeia. Tinham-lhe dito que iria assistir a uma festa, onde um tal senhor Engenheiro diria coisas bonitas e deixaria o povo da sua aldeia e das aldeias vizinhas com uma profunda alegria. Uma alegria que não sabiam bem explicar-lhe porquê, porque na realidade não percebiam bem o que o senhor Engenheiro queria dizer, e por vezes achavam que ele falava mas, na realidade não dizia nada que os entusiasmasse verdadeiramente. Claro que quando dizia que Portugal ia mudar eles gostavam muito por acreditarem com aquela fé inexplicável que deveria ser coisa boa. De qualquer forma, a possibilidade de terem uma festa e de poderem conviver com vizinhos e amigos que só veriam em ocasiões especiais, bastava-lhes. A "Ana" estava de facto contente, maravilhada por ver tanta gente à sua volta, que agitavam bandeiras coloridas, que aplaudiam e, frequentemente, gritavam Pêéçe. Esse som não fazia qualquer sentido na sua cabeça, como aliás nada, naquele dia, fazia sentido para si. Sabia que, mais tarde ou mais cedo, a festa acabaria e que tudo voltaria a ser como dantes.
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