quinta-feira, dezembro 13, 2007

Modos de Vida 18

Grutas de Codzo, MOçambique, 2007

Esta cena desenrola-se no interior profundo da província de Sofala. Depois de se viajar cinco horas em picadas que rasgam florestas densas passando por lugares tão surpreendentes quanto a presença de algumas pequenas comunidades naqueles lugares tão inóspitos, chega-se finalmente ao objectivo da viagem: visitar as grutas de Codzo.

Uma pequena aldeia que distava cerca de 1 km das grutas, faz-nos a recepção e acompanha-nos em massa naquelas veredas que tão bem conhecem. Dizem-nos que a gruta é um local sagrado e que teremos que aguardar pelo chefe da comunidade, o régulo, para celebrar a cerimónia necessária.

As grutas são majestosas e têm um desnível de mais de cinquenta metros com caminhos que descem perigosamente ao longo de rochas escavadas pela água ao longo de milhares de anos. Este é o trajecto que as mulheres e as crianças da aldeia têm que fazer diariamente para ir buscar água.
É impressionante a resistência física daquelas mulheres magras e secas, que calcorreiam caminhos perigosos carregadas de bidons primeiro vazios e depois penosamente cheios de água, descalças e com com crianças de colo às costas. Quem tem crianças carrega um bidon de 25 litros à cabeça e outro igual na mão, quem não tem, coloca mais um nas costas a fazer as vezes de uma criança e lá vão elas por aqueles caminhos sinuosos.

terça-feira, novembro 13, 2007

Social 15


Tenho um nó na garganta que me impede de falar. Um nó que se foi avolumando à medida que ouvia falar de lepra, tuberculose, malária, DST e SIDA. Isto hoje só se desfaz com um gin tónico.

domingo, outubro 28, 2007

Retratos 27


O potencial deste país é imenso quer em recursos naturais quer em recursos humanos. Pena é que ambos sejam negligenciados e nada acarinhados.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Retratos 26

Imaginei que quando chegasse aqui muita coisa me surpreenderia e mesmo psicológicaente preparado para o imprevisto concluo aora que a realidade ultrapassa em muito o que se poderia imaginar.
Quem por aqui andauma vida disse-me:
" África é o sítio ideal para cada um se descobrir a si próprio. Este lugar é triturador e pressionante. Ao fim de seis meses de pressão descobrirás quem és: carvão ou diamante."

quinta-feira, agosto 16, 2007

Ambiências 37

Aldeia do Vinho, Moçambique
Está a aproximar-se a hora da mudança. Vai ser dificil manter este espaço actualizado mas prometo que sempre que for possível manterei a actividade do blografias e continuarei a divulgar trabalhos de fotógrafos portugueses! Por enquanto a hora é de empacotar tralhas...

quarta-feira, junho 27, 2007

segunda-feira, junho 25, 2007

Retratos 25

Parque Nacional da Gorongosa, Moçambique


Ultimamente acordo a meio da noite com imagens de crianças das aldeias que visitei em Sofala, uma província do centro de Moçambique. As condições de vida que tive oportunidade de testemunhar são extremamente severas. Aquelas crianças, sem tempo de serem infantis, alimentam-se apenas com uma refeição por dia à base de milho e fruta da época. Estão em último lugar da cadeia familiar e comem as sobras dos adultos. As proteínas que vão ingerindo provêm de minúsculos peixinhos secos que apanham do rio infestado de crocodilos e de alguma lagartinha que tenha feito o favor de escolher alguma fruta para morada.
As condições de higiene e saúde quase não existem e, assim, não surpreende a elevadíssima taxa de mortalidade infantil que se situa na casa dos 28% conjugada com uma taxa de natalidade de 44% e uma média de 6,5 filhos por mulher. A escolarização é muito baixa nas zonas rurais.
É por isso uma população altamente carenciada onde qualquer ajuda é fundamental para melhorar as condições de vida de algumas famílias.
Este é o desafio que vou encontrar nos próximos tempos. Um desafio bastante duro pelas condições de vida que irei encontrar (malária, tsé-tsé, tifo, sida e tudo o resto que se possa imaginar) que será amenizado apenas com o modesta contributo que poderei dar aquelas comunidades rurais.
Os dados estão lançados!

segunda-feira, junho 18, 2007

Retratos 24

Aldeia do Vinho, Moçambique
Retrato de uma turma do 4º ano numa escola básica, e o termo é mesmo esse, em Moçambique, Moçambique profundo e tribal. Numa região onde não há nada, apenas carências e boa vontade.
Há apelos profundos que vêm sabe-se lá de onde e que nos fazem mudar de vida e trocar o conforto do mundo ocidental pela vontade de ajudar um povo que nada tem a não ser uma vontade enorme de aprender. Sim, vou mudar de vida e partir para outras paragens.




quarta-feira, junho 06, 2007

Ambiências 35

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"Cada dia te é dado de uma só vez.
(...)
Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa."
.
Sofia de Mello Breyner


sábado, junho 02, 2007

Retratos 23

Foto de Paulo Silva
.
"A criança que fui chora ali na estrada.
Deixei-a ali quando vim ver quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
quero ir buscar quem fui onde ficou."
.
Fernando Pessoa


quarta-feira, maio 23, 2007

segunda-feira, maio 14, 2007

Séries 16

"Segurem-me camaradas
sinto pernas a boiar
cheiro fantasmas enxofre
estou aqui mas posso voar
o parafuso da língua
vai partido vai saltar
agarrem-me! agarra!
pronto
pari o mais leve que o ar"
excerto de "O homem em eclipse", um poema de Mário Cesariny



sábado, maio 05, 2007

Pele 14

"Porque não vens agora, que te quero
E adias esta urgência?
Prometes-me o futuro e eu desespero
O futuro é o disfarce da impotência....
Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento
O desejo o limite dos mortais."

Miguel Torga

quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril de 2007

Foto de Eduardo Gageiro, 25 de Abril de 1974
Foto de Eduardo Gageiro
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"Mas quando nos julgarem bem seguros
Cercados de bastões e fortalezas
Hão-de ruir em estrondo os altos muros
.
E chegará o dia das surpresas."
.
José Saramago
.
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Texto e foto retirados do Livro comemorativo dos 30 anos do 25 de Abril editado pela Câmara Municipal de Loures em Abril de 2004. Uma selecção de trinta fotos do Eduardo Gageiro e trinta poemas de vários escritores, Natália Correia, Manuel Alegre, José Afonso, José Jorge Letria, Sofia de Mello Breyner, Ary dos Santos e José Saramago.


segunda-feira, abril 23, 2007

Dia Internacional do Livro

Para assinalar mais um dia Internacional do Livro, deixo aqui uma passagem que muito gosto e que repito de um escritor italiano, Italo Calvino:
"Foi logo na montra da livraria que descobriste a capa com o título que procuravas. Atrás desta pista visual, lá foste abrindo caminho pela loja dentro através da barreira cerrada dos Livros Que Não Leste, que de cenho franzido te olhavam das mesas e das estantes procurando intimidar-te. Mas tu sabes que não te deves deixar assustar, que no meio deles se estendem por hectares e hectares os Livros Que Podes Passar Sem Ler, os Livros Feitos Para Outros Usos Para Além Da Leitura, os Livros Já Lidos Sem Ser Preciso Sequer Abri-los Por Pertencerem À Categoria Do Já Lido Ainda Antes De Ser Escrito. E assim transpões a primeira muralha de baluartes e cai-te em cima a infantaria dos Livros Que Se Tivesses Mais Vidas Para Viver Certamente Lerias Também De Bom Grado Mas Infelizmente Os Dias Que Tens Para Viver São Os Que Tens Contados. Com um movimento rápido passas por cima deles e vais parar ao meio das falanges dos Livros Que Tens Intenção De Ler Mas Antes Deverias Ler Outros, dos Livros Demasiado Caros Que Podes Esperar Comprar Quando Forem Vendidos Em Saldo, dos Livros Idem Idem Aspas Aspas Quando Forem Reeditados Em Formato De Bolso, dos Livros Que Podes Pedir A Alguém Que Te Empreste e dos Livros Que Todos Leram E Portanto É Quase Como Se Também Os Tivesses Lido. Escapando a estes assaltos diante das torres de reduto, onde se te opõem resistência

os Livros Que Há Muito Programaste Ler,
os Livros Que Há Anos Procuravas Sem Os Encontrares,
os Livros Que Tratam De Alguma Coisa De Que Te Ocupas Neste Momento,
os Livros Que Queres Ter Para Estarem À Mão Em Qualquer Circunstância,
os Livros Que Poderias Pôr De Lado Para Leres Se Calhar Este Verão,
os Livros Que Te Faltam Para Pores Ao Lado De Outros Livros Na Tua Estante,
os Livros Que Te Inspiram Uma Curiosidade Repentina, Frenética E Não Claramente Justificada.
E lá conseguiste reduzir o número ilimitado das forças em campo a um conjunto sem dúvida ainda muito grande mas já calculável num número finito, mesmo que este relativo alívio seja atacado pelas emboscadas dos Livros Lidos Há Tanto Tempo Que Já Seria Altura De Voltar A Lê-los e dos Livros Que Dizes Que Leste e Seria ALtura De Te Decidires A Lê-los Mesmo."


quinta-feira, abril 12, 2007

Politik 13

Fábula num reino de brandos costumes

- Bom dia!
- Bom dia.
- Olhe eu queria-me inscrever nesta universidade...mas já tenho cadeiras feitas noutra.
- Muito bem, tem que requerer um processo de equivalências.
- Ah… e o que é que é preciso para desencadear o processo?
- Traz um certificado de habilitações da universidade onde esteve matriculado e o programa curricular de cada cadeira que fez.
- Como? O certificado de habilitações e o programa curricular das cadeiras que fiz?
- Claro! Como quer a comissão de equivalências lhe possa dar equivalência a uma determinada cadeira se não souber o programa da cadeira?
- Mas….
- Claro, a Matemática que fez na sua universidade pode não ser equivalente à Matemática da nossa universidade…
- Mas então eu nem o certificado de habilitações tenho quanto mais o programa das cadeiras…
- Então lamento, mas sem esses requisitos não se pode desencadear o processo.
- Mas, não pode ao menos ficar aí com o meu nome… para garantir vaga… que eu entretanto vou ver se consigo arranjar a papelada…
- Está bem... sem compromisso, mas volto a avisar que sem esses documentos todos e fundamentalmente sem os programas curriculares de todas as cadeiras que fez, não tem qualquer possibilidade de sucesso… compreende, estas coisas têm que ser tratadas com todo rigor e seriedade para não haver equívocos de espécie nenhuma.
- pois...
- É uma questão de transparência dos actos processuais e administrativos, qualquer universidade pública lhe exige isto e nós, por sermos privados, temos que seguir à risca todos os procedimentos legalmente estabelecidos.
- pois…. então tome nota: ...engenheiro... errr...engenheiro Pinto de Sousa.
- Oh Sr. Engenheiro! Podia ter dito logo!
- … como?
- Então diga lá as cadeiras que fez!
- errr… então… fiz muitas…
- muitas?...ah bom nesse caso… deixe lá ver… faz mais quatro... não... mais cinco... que me diz?
- Está bem… o Sr. é que sabe... e os professores são muito exigentes?
- Não se preocupe Sr. Engenheiro! Olhe eu dou-lhe uma e arranjo outro professor que lhe dê as outras quatro.
- Um professor a dar quatro cadeiras diferentes no mesmo ano? Acha que ele vai nisso?
- Sr. Engenheiro, então? Não fosse eu o reitor.
- Caramba um professor a dar quatro cadeiras no mesmo ano é mesmo para esquecer, xiça!
- Não se preocupe que ele há-de ter uma compensação... pela disponibilidade, compreende...?
- ...então e… quando é que tenho o diploma…?
- Oh Sr. Engenheiro, mais uma vez não se preocupe, mesmo que não saia em nenhuma estatística pública terá o diploma nem que seja passado a um domingo!

E o Sr. engenheiro lá saiu da secretaria surpreendido consigo próprio, com o ego cheio de um charme persuasivo que desconhecia ter e surpreendido também, mas rendido, com os competentes e diligentes serviços da universidade. Sim, não havia nada a estranhar neste processo, até porque a pretendida universidade era permanentemente auditada pelos idóneos serviços tutelares.




sexta-feira, março 23, 2007

Intimidades 15



Tive uma vontade inexplicável de procurar a peosia do Miguel Torga sem saber o que procurar exactamente. Esperava encontrar alguma serenidade na escrita dele. Detive-me nestas palavras tranquilas e sábias:

"Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."


Não sei se o acaso existe ou não, mas estas palavras assentaram-me que nem uma luva.

sábado, março 17, 2007

Ambiências 34


O dia de trabalho havia sido intenso e eles regressavam cansados ao espaço que de mais intimo tinham: o lugar onde partilhavam o silêncio, as conversas em jeito de balanço, o prazer, o amor e as angústias. Era fim de tarde, a luz laranja quente e suave banhava o alpendre sobranceiro ao rio, o lugar eleito para aqueles momentos de perfeita cumplicidade. O som que os envolvia era o da natureza selvagem que os rodeava numa extensão a perder de vista. Naquele dia havia algo especial que os envolvia e que lhes dava um calor suplementar à alma, os aromas e sabores da pátria distante. Sim, naquele dia, a pátria estava presente no aroma do coentro e no sabor do vinho do Douro que acompanhava o prato de bacalhau. O momento era de êxtase, um êxtase pleno que lhes enchia carinhosamente a alma.
Após a refeição, contemplaram mais uma vez a paisagem que os circundava e sentiram-se felizes. Felizes por estarem juntos, felizes por estarem em harmonia com a natureza luxuriante que generosamente os acolhia. No final daquela refeição tipicamente lusa, decidiram pintar uma tela. Coloriram-na com as cores fortes e alegres do projecto que haviam enfrentado. Sentiam-se em paz e cada pincelada na tela, que aos poucos ganhava forma, era um sinal de confirmação da escolha que haviam tido. No final brindaram, brindaram á vida, aos encontros e desencontros e ao projectos futuros.

quinta-feira, março 08, 2007

domingo, março 04, 2007

Retratos 22


Os animais não têm alma nem tão pouco sentimentos - dizia a psicóloga num tom professoral. As duas jovens ouvintes olharam para ela incrédulas e desmultiplicaram-se em exemplos que contrariavam a afirmação dos sentimentos, porque no que toca à alma era coisa demasiado etérea para se agarrarem, e diziam, então e os cães? nunca os viu a rirem... e os cavalos não sabe que têm uma personalidade forte...? e a psicóloga mantinha o seu tom altivo e douto e reafirmava, segura, que do ponto de vista da psicologia científica nada fazia provar que os animais tivessem sentimentos, apenas reagiam a estímulos, e elas insistiam, mas... nunca conviveu de perto com animais? sim porque se o tivesse feito saberia que isso não é verdade.
Ela continuava, escudando-se nas correntes científicas mas nunca sendo capaz de contrapor claramente os exemplos e argumentos que elas iam apresentando em catadupa porque, na verdade, nunca tinha convivido com qualquer espécie de animal. Até que elas, fartas de tanta verborreia livresca olharam uma para a outra e pensaram em simultâneo: que animal...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Modos de vida 17

Juro que me fartei de escrever para este post... mas sempre que olhava para esta foto achava que qualquer palavra, qualquer letra, era um acessório dispensável.
ah.. reparei agora que faz hoje exactamente dois anos que o blografias com luz viu o éter :).

sábado, fevereiro 10, 2007

Retratos 21


Seria mais um dia normal na vida deste blog, como tantos outros, não fora a súbita exposição a que ele ficou sujeito. Foi com enorme surpresa que fiquei a saber que sobre ele se escreveu na revista Única do Expresso desta semana. Palavras lisonjeiras, isentas e por isso motivo de satisfação. Isentas porque não conheço nem nunca falei com a jornalista sobre este ou sobre qualquer outro assunto. Aqui fica a opinião da Rita Ferro Rodrigues sobre este espaço que mantenho com tanto carinho.

“É uma pérola para quem gosta de fotografia a preto e branco. Em
www.blografiascomluz.blogspot.com apresenta-se o trabalho de mais de 80 fotógrafos portugueses. Encontrei aqui fotografias extraordinárias, algumas acompanhadas de pequenos textos, outras abandonadas à sua gritante solidão. Este é um blog para dissecar lentamente. Existe desde 2005 e alberga, por isso, uma caixa de arquivo de respeito. Da política aos afectos, encontramos imagens que retratam um país. E esta viagem que pode durar algumas horas termina com o espanto absoluto de nos apercebermos da existência de tanto talento espalhado pelas ruas do país, mãos munidas de uma lente que fotografa a preto e branco. Boa Viagem...”

Este espaço não seria possível sem a contribuição dos excelentes trabalhos de tantos talentos que Portugal tem. A todos, mais uma vez, o meu obrigado.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Social 13


Dia 11 de Fevereiro os portugueses serão novamente chamados a pronunciarem-se sobre a interrupção voluntária da gravidez. O tema é naturalmente polémico. Neste esgrimir de argumentos é, todavia, absolutamente impensável que alguns intervenientes procurem posições fracturantes. É o caso de alguns responsáveis da igreja que ameaçam os católicos que votem sim de excomunhão e que todos os que defendem o sim sejam considerados assassinos.
Perante estes argumentos até me atreveria a dizer que se estes mesmos personagens vivessem no período áureo da influência da igreja nas decisões civis mandariam matar todos os que defendem o sim neste referendo, porque nestas coisas há que ter muito respeito pela vida.
Faz sentido ter uma lei que preconiza a perseguição e a prisão de mulheres que pratiquem a IVG?

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Intimidades 14


Faz tempo que este espaço estava parado sem que nada de novo acontecesse. Talvez porque ultimamente me apetecesse que o tempo parasse e que o amanhã ainda continuasse hoje, num tempo sem tempo, como nesta loja de aldeia em que as marcas do tempo se manifestavam apenas nos sulcos que tinha escavado na pele deste casal.
  • Todas as fotografias expostas têm a permissão dos respectivos autores.
  • Exceptuam-se apenas as fotos da Secção Biografias.
  • O Blografias agradece a todos os autores que participam neste espaço de divulgação de fotografia
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