
Há dias em que me apetece dizer imensas coisas. Nesses dias, quando vejo uma imagem que me agrada, aparecem de repente histórias que ganham vida na minha cabeça. Hoje, não consigo dizer nada doce. Todas as histórias que me assaltam a mente são inquietações sobre o país e o mundo onde vivo, sobre o futuro que se desenha para as crianças: Riscos traçados por canetas douradas e platinadas feitos em cima de gordos joelhos cobertos por tecidos finos que não conseguem esconder uma enorme desumanidade e o mais profundo egoismo.
Que temos nós a perder? o pequeno conforto que nos imbeciliza e acobarda? os filhos que nós tão bem protegemos e atiramos passivamente para o caos que se avizinha?
Alguém disse que a esperança é a última a morrer mas parece que é a raiva, a raiva daqueles que nada têm e que por isso nada perdem. Os acontecimentos em França são o exemplo disso.
Em França, o poder servil às canetas douradas e platinadas traçou como resposta linhas de repressão e força bruta. Mais ainda, imagine-se.