Tive a oportunidade de poder visitar um território que ainda se encontra preservado no seu estado natural e com pouquíssima intervenção humana. De facto, o Serengueti e a Cratera de Ngorongoro, na Tanzania, é considerado um dos territórios do mundo onde a paisagem, o relevo, a fauna e a flora não sofreram alterações por acção do homem e se tem mantido inalterada desde há milénios.
As poucas alterações havidas tem sido no setor do turismo, fundamental para a geração de receitas necessárias à conservação. Mas mesmo as alterações turísticas resumem-se a umas picadas abertas para a realização de safaris, umas pequenas pistas de terra batida a servirem de pistas de aviação e uns lodges, poucos, muitíssimo bem integrados e com um impacto mínimo no ambiente.
A área desta reserva natural é de 12.500 quilómetros quadrados, um sétimo do território continental português, onde os poucos habitantes que se atrevem a viver neste território são os homens e as mulheres do povo Maasai.
O povo Maasai é um povo de pastores, cuja especialidade é transumar com o gado, vacas, cabras e ovelhas, naqueles vastíssimos planaltos em harmoniosa convivência com toda a vida selvagem que os circunda. É um povo orgulhoso das suas tradições nómadas e do seu espírito destemido perfeitamente adaptado ao território. Tão bem adaptado que a sua longevidade faz inveja a muitos ocidentais.
A capacidade da adaptação humana ao ambiente é surpreendente, e é com admiração que me explicam que os Maasai conseguem extrair da natureza tudo o que eles precisam para sobreviverem, desde alimentos, água e medicamentos que extraem das plantas autóctones.
Mas o seu orgulho como povo é também bem visível na forma como se apresentam. Altos, magros, altivos, vestidos de forma colorida e harmoniosa e com o corpo ricamente ornamentado com peças artesanais que contrastam elegantemente com a cor da pele.
Um povo que para sobreviver se manteve fiel às suas tradições e que se fechou em si mesmo, n\ao se cruzando com nenhuma outra tribo do país, a não ser para trocas comerciais. Um povo que me encantou.
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