Uma destas semanas fui visitar um mercado informal de Maputo, de seu nome, Mandela. Um daqueles mercados e ambientes onde não é nada usual a presença de mulungos ( brancos ). A atmosfera era inicialmente desconfiada, mas rapidamente se desvaneceram as distancias culturais e houve uma interacção desinteressada e franca.
Em conversa com as mulheres tive uma grande lição de economia comunitária. A forma como gerem o seu negócio, como se entreajudam e como aplicam as suas poupanças.
Surpreendeu-me encontrar um grande mercado que parecia um centro comercial de restaurantes, em que a presença de uma mesa era o bastante para o anunciar. A mistura do cheiro da comida, a simpatia das pessoas, as condições precárias das "cozinhas", a luz que se misturava com o fumo do carvão criavam uma atmosfera que convidava a ficar e a tomar uma cerveja.
Os preços eram simbólicos e acessíveis às magras bolsas moçambicanas. O tempo corria devagar e harmónico naquele lugar afastado de intrigas políticas e onde cada um conta pelo que faz e não pelo que tem.
Entretanto, na cidade e no país político discutia-se com indignação o nome escolhido pelo presidente da república para baptizar a ponte que une o norte ao sul de Moçambique, a ponte do rio zambeze, de seu nome, o do próprio presidente. Que original!
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