Esta cena desenrola-se no interior profundo da província de Sofala. Depois de se viajar cinco horas em picadas que rasgam florestas densas passando por lugares tão surpreendentes quanto a presença de algumas pequenas comunidades naqueles lugares tão inóspitos, chega-se finalmente ao objectivo da viagem: visitar as grutas de Codzo.
Uma pequena aldeia que distava cerca de 1 km das grutas, faz-nos a recepção e acompanha-nos em massa naquelas veredas que tão bem conhecem. Dizem-nos que a gruta é um local sagrado e que teremos que aguardar pelo chefe da comunidade, o régulo, para celebrar a cerimónia necessária.
As grutas são majestosas e têm um desnível de mais de cinquenta metros com caminhos que descem perigosamente ao longo de rochas escavadas pela água ao longo de milhares de anos. Este é o trajecto que as mulheres e as crianças da aldeia têm que fazer diariamente para ir buscar água.
É impressionante a resistência física daquelas mulheres magras e secas, que calcorreiam caminhos perigosos carregadas de bidons primeiro vazios e depois penosamente cheios de água, descalças e com com crianças de colo às costas. Quem tem crianças carrega um bidon de 25 litros à cabeça e outro igual na mão, quem não tem, coloca mais um nas costas a fazer as vezes de uma criança e lá vão elas por aqueles caminhos sinuosos.
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